É preciso aprender a jogar, apesar das derrotas e das dores. Ficar cansado de muito gritar e aceitar que para crescer, é preciso primeiro perder o jogo. Faz parte do processo de viver. Cair sete vezes. Levantar-nos oito.

Se nós conseguirmos, se formos ao chão e nos levantarmos sem ajuda, o nosso adversário também o vai conseguir. Em que é que ele é diferente? Mais fraco?! Há séculos que Darwin provou que quando a competição é justa, o mundo só tem espaço para os melhores. Esqueceu-se apenas de referir que a lei só é válida no reino animal onde se luta de igual para igual.

Para o Homem a justiça da competição não existe, porque os Homens alimentam-se de ostentação e acham-se hipérboles. O que importa é cruzar a meta em primeiro lugar. O que importa é não olhar aos meios para atingir os fins. Ou nem pensar nos fins se olhados os meios. No mundo em que vivemos, tudo está previamente perdoado e por isso, tudo é cinicamente permitido.

E será a meio de um destes jogos que chegamos à conclusão que as regiões mais agrestes e inacessíveis da Terra não se encontram no topo das montanhas nem nas profundezas dos mais remotos oceanos. Encontram-se sim, na mente e no coração dos Homens. Sofreremos então a derrota mais pesada e mais dolorosa, mas também a última.

Chorar com a dor da derrota não é sinal de fraqueza. As lágrimas têm o dom de endurecer o nosso coração e torná-lo imune às emoções. Ensinam-nos que é preciso perder para aprender a vencer, que é preciso perder para saber como vencer. É quando finalmente vencemos a dor que nos tornamos mais fortes. Mais racionais. Mais silenciosos. Porque só no silêncio da racionalidade, quando conseguimos finalmente calar o nosso coração e deixá-lo em segundo plano, seremos capazes de distinguir os nossos adversários e só neste silêncio saberemos como seremos capazes de os vencer.

Sempre, e para sempre.

Cada 24 horas é uma vida. Cada noite, um partir do mundo. Cada manhã, um ressuscitar. Tudo é novo ao amanhecer.

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