É preciso aceitar que as coisas continuam para sempre, num caminho e direcção traçados por algo que não comandamos e a que alguns de nós insistem em chamar de "destino"; Tal qual como um rio que corre ininterruptamente para o mar por mais que façamos para o deter.

Quem não acredita em Deus tem de acreditar nas coisas que a vida lhe segreda como evidentes:

  • Acreditar na eternidade das pedras;
  • Acreditar na integridade da água, do vento e das estrelas
  • ;Acreditar na genuidade das coisas que recorda;
  • Acreditar que ouvirá sempre o som das ondas do mar onde tantas vezes mergulhou;
  • Acreditar na sombra da árvore debaixo da qual descobriu, pela primeira vez, que cada nuvem encerra uma forma;
  • Acreditar que um dia fará parte da brisa que se move entre barcos de papel;
  • E acreditar nas noites de verão em que tantas vezes olhou o Céu e interrogou o sentido das estrelas cadentes que o rasgavam.

Quero acreditar, que nada do que é importante se perde verdadeiramente.

Quero acreditar, que apenas nos iludimos quando acreditamos ser donos das coisas e dos instantes que vivemos.

Quero acreditar, que quando as nuvens por onde voamos num Céu azul imenso em cinzento se tornam e no sentimos cair... é preciso abrir as asas e recuperar um vôo que significa tudo.

E quero deixar de acreditar que, só por acreditar, tudo se torna possível.