Querido caderno de rascunhos: Esta será a primeira página do caderno da minha vida...
Os dotes da minha imaginação de infância levaram-me sempre a acreditar que vida não era mais do que um caderno de rascunhos com uma daquelas capas escolhidas a dedo onde seriamos livres de escrever a nossa história, rasurá-la, fazer desenhos, colorir a caneta de feltro ou a lápis de cera as partes mais felizes preenchendo-a com os tons que mais gostamos.
Sempre acreditei que nesse mesmo caderno de rascunhos que nos é dado no preciso momento em que nascemos, seriamos livres de mudar de ideias a qualquer momento se, e só se, nesse momento concluíssemos que estavamos a seguir pelo caminho errado. Diria até que seriamos livres de escolher um futuro diferente e até mesmo um outro passado bastando, para isso, arrancar algumas das folhas, amachucá-las e reescrevê-las olhando esse passado de uma outra perspectiva (Não, não se trata de mentir. Trata-se apenas de encarar o passado de uma outra forma e aprender com ele).
E neste caderno de rascunhos tudo seria fantástico porque tudo seria feito à nossa medida como se de um alfaiate se tratasse. Verdade? Não... mentira.
A verdade é que é impossível voltar as costas às decisões que tomámos, inventar desculpas, enterrar a cabeça na areia e esperar que o tempo, com a sua infinita dimensão, acabe por selecionar na nossa memória aquilo que nós queremos realmente recordar. Rasurar e arrancar folhas é completamente diferente de escrever a história do início, por muito imperfeita que esta seja ou por muito perfeita que seja a emenda que lhe façamos. Fingir que nada aconteceu é o que se faz às crianças, e é desde logo uma forma errada de não as ensinar a assumir, desde sempre, a consequência e dimensão das suas atitudes.
Hoje acredito que ao longo da vida o mais importante é conseguirmos aceitar o produto de todas as nossas decisões. Todas.
Aprender a viver com todas as imperfeições da nossa história é muito mais suportável e genuíno do que viver a ilusão de um passado rasurado e olhado de uma outra perspectiva. Enganar os outros é inútil quando não nos conseguimos enganar a nós próprios.
Quando nos espalhamos ao comprido no percurso da vida não só aprendemos que nos conseguimos levantar e que todas as feridas cicatrizam com o tempo, como também aprendemos que só não cicatrizam as feridas da alma. Aquelas que achamos que riscar ou passar com corretor por cima é meio caminho andado para resolver o problema, vindo tarde demais a descobrir que estas feridas da alma encerram um espaço do nosso coração preenchendo-o de tristeza e lágrimas.
Por muito que olhemos a nossa queda de uma outra perspectiva, a verdade é que esta continua lá, encoberta pela tinta rasurada da caneta indelével ou pela tinta branca do corrector.
Sempre defendi com todo o fervor que me caracteriza quando acredito de corpo e alma nas minhas convições, que nunca ninguém nos iria oferecer um desejo sem ao mesmo tempo nos dar também o poder de o tornarmos realidade, apesar de ser altamente provável - e justo - que fosse preciso ter a coragem de lutar por ele.
E a vida ensina-nos, com a sua história imperfeita mas imaculada, que a felicidade não é um destino mas sim uma direcção. Nunca chegamos lá, apesar de estarmos sempre e continuamente a caminhar para lá. E também nos ensina que o preciso momento em que escolhemos perseguir a promessa da felicidade, é o preciso momento em que concluímos que ela não existe. Que, quanto muito, existe apenas enquanto a procuramos.
Como num sonho.
Images Source: Cult Movie Quotes Page | Facebook
Os dotes da minha imaginação de infância levaram-me sempre a acreditar que vida não era mais do que um caderno de rascunhos com uma daquelas capas escolhidas a dedo onde seriamos livres de escrever a nossa história, rasurá-la, fazer desenhos, colorir a caneta de feltro ou a lápis de cera as partes mais felizes preenchendo-a com os tons que mais gostamos.
Sempre acreditei que nesse mesmo caderno de rascunhos que nos é dado no preciso momento em que nascemos, seriamos livres de mudar de ideias a qualquer momento se, e só se, nesse momento concluíssemos que estavamos a seguir pelo caminho errado. Diria até que seriamos livres de escolher um futuro diferente e até mesmo um outro passado bastando, para isso, arrancar algumas das folhas, amachucá-las e reescrevê-las olhando esse passado de uma outra perspectiva (Não, não se trata de mentir. Trata-se apenas de encarar o passado de uma outra forma e aprender com ele).
E neste caderno de rascunhos tudo seria fantástico porque tudo seria feito à nossa medida como se de um alfaiate se tratasse. Verdade? Não... mentira.
A verdade é que é impossível voltar as costas às decisões que tomámos, inventar desculpas, enterrar a cabeça na areia e esperar que o tempo, com a sua infinita dimensão, acabe por selecionar na nossa memória aquilo que nós queremos realmente recordar. Rasurar e arrancar folhas é completamente diferente de escrever a história do início, por muito imperfeita que esta seja ou por muito perfeita que seja a emenda que lhe façamos. Fingir que nada aconteceu é o que se faz às crianças, e é desde logo uma forma errada de não as ensinar a assumir, desde sempre, a consequência e dimensão das suas atitudes.
Hoje acredito que ao longo da vida o mais importante é conseguirmos aceitar o produto de todas as nossas decisões. Todas.
![emma](http://media-cache-ec0.pinimg.com/originals/6e/b5/95/6eb5950d29f0feff66ef602c778a1a08.jpg)
Aprender a viver com todas as imperfeições da nossa história é muito mais suportável e genuíno do que viver a ilusão de um passado rasurado e olhado de uma outra perspectiva. Enganar os outros é inútil quando não nos conseguimos enganar a nós próprios.
Quando nos espalhamos ao comprido no percurso da vida não só aprendemos que nos conseguimos levantar e que todas as feridas cicatrizam com o tempo, como também aprendemos que só não cicatrizam as feridas da alma. Aquelas que achamos que riscar ou passar com corretor por cima é meio caminho andado para resolver o problema, vindo tarde demais a descobrir que estas feridas da alma encerram um espaço do nosso coração preenchendo-o de tristeza e lágrimas.
Por muito que olhemos a nossa queda de uma outra perspectiva, a verdade é que esta continua lá, encoberta pela tinta rasurada da caneta indelével ou pela tinta branca do corrector.
Sempre defendi com todo o fervor que me caracteriza quando acredito de corpo e alma nas minhas convições, que nunca ninguém nos iria oferecer um desejo sem ao mesmo tempo nos dar também o poder de o tornarmos realidade, apesar de ser altamente provável - e justo - que fosse preciso ter a coragem de lutar por ele.
E a vida ensina-nos, com a sua história imperfeita mas imaculada, que a felicidade não é um destino mas sim uma direcção. Nunca chegamos lá, apesar de estarmos sempre e continuamente a caminhar para lá. E também nos ensina que o preciso momento em que escolhemos perseguir a promessa da felicidade, é o preciso momento em que concluímos que ela não existe. Que, quanto muito, existe apenas enquanto a procuramos.
Como num sonho.
Images Source: Cult Movie Quotes Page | Facebook
Os dotes da minha imaginação de infância levaram-me sempre a acreditar que vida não era mais do que um caderno de rascunhos com uma daquelas capas escolhidas a dedo onde seriamos livres de escrever a nossa história, rasurá-la, fazer desenhos, colorir a caneta de feltro ou a lápis de cera as partes mais felizes preenchendo-a com os tons que mais gostamos.
Sempre acreditei que nesse mesmo caderno de rascunhos que nos é dado no preciso momento em que nascemos, seriamos livres de mudar de ideias a qualquer momento se, e só se, nesse momento concluíssemos que estavamos a seguir pelo caminho errado. Diria até que seriamos livres de escolher um futuro diferente e até mesmo um outro passado bastando, para isso, arrancar algumas das folhas, amachucá-las e reescrevê-las olhando esse passado de uma outra perspectiva (Não, não se trata de mentir. Trata-se apenas de encarar o passado de uma outra forma e aprender com ele).
E neste caderno de rascunhos tudo seria fantástico porque tudo seria feito à nossa medida como se de um alfaiate se tratasse. Verdade? Não... mentira.
A verdade é que é impossível voltar as costas às decisões que tomámos, inventar desculpas, enterrar a cabeça na areia e esperar que o tempo, com a sua infinita dimensão, acabe por selecionar na nossa memória aquilo que nós queremos realmente recordar. Rasurar e arrancar folhas é completamente diferente de escrever a história do início, por muito imperfeita que esta seja ou por muito perfeita que seja a emenda que lhe façamos. Fingir que nada aconteceu é o que se faz às crianças, e é desde logo uma forma errada de não as ensinar a assumir, desde sempre, a consequência e dimensão das suas atitudes.
Hoje acredito que ao longo da vida o mais importante é conseguirmos aceitar o produto de todas as nossas decisões. Todas.
![emma](http://media-cache-ec0.pinimg.com/originals/6e/b5/95/6eb5950d29f0feff66ef602c778a1a08.jpg)
Aprender a viver com todas as imperfeições da nossa história é muito mais suportável e genuíno do que viver a ilusão de um passado rasurado e olhado de uma outra perspectiva. Enganar os outros é inútil quando não nos conseguimos enganar a nós próprios.
Quando nos espalhamos ao comprido no percurso da vida não só aprendemos que nos conseguimos levantar e que todas as feridas cicatrizam com o tempo, como também aprendemos que só não cicatrizam as feridas da alma. Aquelas que achamos que riscar ou passar com corretor por cima é meio caminho andado para resolver o problema, vindo tarde demais a descobrir que estas feridas da alma encerram um espaço do nosso coração preenchendo-o de tristeza e lágrimas.
Por muito que olhemos a nossa queda de uma outra perspectiva, a verdade é que esta continua lá, encoberta pela tinta rasurada da caneta indelével ou pela tinta branca do corrector.
Sempre defendi com todo o fervor que me caracteriza quando acredito de corpo e alma nas minhas convições, que nunca ninguém nos iria oferecer um desejo sem ao mesmo tempo nos dar também o poder de o tornarmos realidade, apesar de ser altamente provável - e justo - que fosse preciso ter a coragem de lutar por ele.
E a vida ensina-nos, com a sua história imperfeita mas imaculada, que a felicidade não é um destino mas sim uma direcção. Nunca chegamos lá, apesar de estarmos sempre e continuamente a caminhar para lá. E também nos ensina que o preciso momento em que escolhemos perseguir a promessa da felicidade, é o preciso momento em que concluímos que ela não existe. Que, quanto muito, existe apenas enquanto a procuramos.
Como num sonho.
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